Conheça a horta da Casa Mafalda

Quando visitar a Casa Mafalda, não deixe de conhecer nossa horta!

Com ela, pretendemos de alguma maneira contribuir com uma alternativa autônoma à produção de alimentos. Já plantamos algumas ervas e temperos, como camomila, hortelã, erva cidreira, pimentas, salsa…

Nossa horta teve vem crescendo com a ajuda de pessoas e coletivos parceiros. A verticalização da horta é resultado de uma oficina planejada pelo Coletivo Jurema.

2014-05-29 15.48.15 2014-05-29 15.48.24 2014-05-29 15.48.36 2014-05-29 15.48.46 2014-05-29 15.49.00 2014-05-29 15.49.17 2014-05-29 15.49.28 2014-05-29 15.49.41

Campanha de colaboração financeira com a Casa Mafalda

Amigas, amigos,

há muitas maneiras de gerir um espaço autônomo. Na Casa Mafalda, adotamos um modelo que chamamos de autogestão compartilhada: nossa gestão é horizontal e aberta e, mais que isso, se amplia a cada evento, com as/os organizadoras/es destes se tornando tão membros/as da gestão e responsáveis pelo espaço quanto nós.

Isso significa que a Casa não é uma balada e não está prestando serviço à ninguém.

Porém, como todos os espaços autônomos alugados, temos a cada mês o mesmo problema: pagar o aluguel – e as contas.

Parte desse problema, dentro da ideia de autogestão compartilhada, se resolve a cada evento com o consumo de bebidas e comidas de quem frequenta o espaço. Mas já há alguns meses as/os membros/as fixos da gestão tem tirado dinheiro do próprio bolso pra manter a Casa.

Por conta disso, começamos aqui (e pedimos divulgação) uma campanha de colaboração financeira mensal para a Casa Mafalda.

Por quê?

Entendemos que a existência de espaços autônomos livres e horizontais, abertos a experiências de outras relações sociais e humanas possíveis e adeptos de uma política pré-figurativa é fundamental para poder pensar um futuro território autônomo maior e mais amplo na cidade de São Paulo.

Hoje, na Casa, acontecem eventos feministas, grupos de estudo, cineclubes, shows, festas, atividades com e para crianças (e seus adultos), formação de gênero, reuniões de coletivos políticos autônomos e independentes e estão para começar aulas de português para haitianos refugiados no Brasil e atendimento psicológico para mulheres egressas do sistema prisional. Além disso, publicamos um jornalzine com conteúdos políticos, sociais e culturais relacionados aos ideais libertários.

Se você puder e quiser colaborar conosco, deposite o valor que puder na conta abaixo e nos envie um email, avisando o valor doado para que possamos ter controle: contato@casamafalda.org

Banco do Brasil – 001
AG 7009-2
Conta POUPANÇA 5651-0
Variação 96
Tiago Mendes de Almeida

Esperamos continuar abertos e, a cada dia, menos dependentes dos nossos empregos para manter a Casa.

Divulgue essa campanha, e sinta-se à vontade para entrar em contato e tirar dúvidas.

Campanha de colaboração financeira com a Casa Mafalda

Amigas, amigos,

há muitas maneiras de gerir um espaço autônomo. Na Casa Mafalda, adotamos um modelo que chamamos de autogestão compartilhada: nossa gestão é horizontal e aberta e, mais que isso, se amplia a cada evento, com as/os organizadoras/es destes se tornando tão membros/as da gestão e responsáveis pelo espaço quanto nós.

Isso significa que a Casa não é uma balada e não está prestando serviço à ninguém.

Porém, como todos os espaços autônomos alugados, temos a cada mês o mesmo problema: pagar o aluguel – e as contas.

Parte desse problema, dentro da ideia de autogestão compartilhada, se resolve a cada evento com o consumo de bebidas e comidas de quem frequenta o espaço. Mas já há alguns meses as/os membros/as fixos da gestão tem tirado dinheiro do próprio bolso pra manter a Casa.

Por conta disso, começamos aqui (e pedimos divulgação) uma campanha de colaboração financeira mensal para a Casa Mafalda.

Por quê?

Entendemos que a existência de espaços autônomos livres e horizontais, abertos a experiências de outras relações sociais e humanas possíveis e adeptos de uma política pré-figurativa é fundamental para poder pensar um futuro território autônomo maior e mais amplo na cidade de São Paulo.

Hoje, na Casa, acontecem eventos feministas, grupos de estudo, cineclubes, shows, festas, atividades com e para crianças (e seus adultos), formação de gênero, reuniões de coletivos políticos autônomos e independentes e estão para começar aulas de português para haitianos refugiados no Brasil e atendimento psicológico para mulheres egressas do sistema prisional. Além disso, publicamos um jornalzine com conteúdos políticos, sociais e culturais relacionados aos ideais libertários.

Se você puder e quiser colaborar conosco, deposite o valor que puder na conta abaixo e nos envie um email, avisando o valor doado para que possamos ter controle: contato@casamafalda.org

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Divulgue essa campanha, e sinta-se à vontade para entrar em contato e tirar dúvidas.

O jornalzine Liberdade #1 está no ar!

O jornalzine Liberdade #1 está no ar!

Disponibilizamos online o jornalzine Liberdade #1, produzido pela gestão da Casa Mafalda.

A Liberdade é uma personagem do grupo da Mafalda. Ela gosta de pessoas simples e também é uma das mais novas no grupo. Conheceram-se na praia e desde aí nunca mais se separaram… A Mafalda e a Liberdade dão-se muito bem.

Leia nos links a seguir os textos publicados nesta edição.

A questão de gênero e a esquerda: a experiência da Casa Mafalda

Sem Estado, Sem Mercado! É possível a resistência cultural dentro das instituições?

O grupo de estudos de organizações populares autônomas e algumas possíveis contribuições para a gestão de um espaço autônomo

Se quiser baixar e imprimir nosso jornalzine, basta clicar aqui e baixá-lo na versão livreto.

O grupo de estudos de organizações populares autônomas e algumas possíveis contribuições para a gestão de um espaço autônomo

No início de 2013 foi formado na Casa Mafalda um grupo dedicado ao estudo de organizações políticas, considerando principalmente movimentos populares e autônomos. Um dos objetivos da criação do grupo foi suprir a necessidade de levantar e conhecer experiências, problemas e soluções pelos quais outros coletivos já tinham passado, buscando atalhos que ajudassem na organização da Casa Mafalda e evitando a desnecessária reinvenção da roda. Ao longo do ano, a perspectiva de estudos foi além das organizações políticas em seu sentido institucional – embora não se tenha deixado de estudá-las, sempre com o foco em formas horizontais e autônomas de organização. O grupo de estudos foi aberto e teve a participação de alguns membros do coletivo responsável pela gestão da Casa e de outras pessoas que se interessaram pelas discussões a partir da divulgação feita por diversos meios. O caráter aberto do grupo garantiu a riqueza dos pontos de vista apresentados sobre os textos. A intenção deste texto é levantar algumas impressões sobre elementos que entendemos como importantes para a organização da Casa e que têm aos poucos sendo incorporados às práticas da gestão do espaço a partir dos estudos realizados por esse grupo.

A primeira impressão que veio, já no primeiro encontro do grupo, em que foi estudada a apresentação da Organização Anarquista Terra e Liberdade, foi que existem mecanismos para evitar que uma organização perca de vista sua proposta inicial. O estabelecimento de princípios, adotados como um norte e não como uma regra, é um desses mecanismos. Esse tema dialoga diretamente com a gestão da Casa Mafalda. Ao longo dos últimos anos, muitas pessoas relacionadas com esse espaço já haviam apontado para a necessidade de se estabelecer uma pequena lista de princípios sob o intuito não de engessar a organização, mas de tentar garantir um acordo sobre elementos fundamentais para garantir a coesão do grupo e para manter no horizonte os objetivos idealizados na criação do espaço. Outros textos, como  “Movimentos sociais, burocratização e poder popular” de Felipe Corrêa, “A tirania das organizações sem estrutura” de Jo Freeman e uma conversa com pessoas do coletivo Ativismo ABC fortaleceram a importância de se estabelecer princípios para garantir a coesão da organização. Atualmente, o coletivo que gere a Casa Mafalda vem dedicando parte de seu tempo para estruturar com clareza uma lista de princípios que seja um denominador comum a todos os seus membros.

Outra impressão também referida aos estudos foi a da necessidade de criação de estruturas e mecanismos para impedir o desennvolvimento de dinâmicas internas ao coletivo que perpetuem opressões e que produzam hierarquias, privilégios e burocracias. Os textos de Jo Freeman, de Pierre Clastres, “Abandone o ativismo” da Coleção Baderna e o de Felipe Corrêa apontam para essa reflexão, sendo que este último inclusive apresenta uma proposta bem esquemática, com tabelas e diagramas. Uma divisão de tarefas sem alguns cuidados, por exemplo, pode ser fértil apenas para se estabelecer hierarquias e privilégios indesejáveis, fazendo com que uma especialização (como conhecer mais sobre um determinado assunto, ter mais habilidade com a execução de uma tarefa ou possuir mais recursos do que outros e outras para se atingir um determinado objetivo) se torne não apenas um espécie de profissionalização, mas vá além, dando um status diferenciado a uma pessoa do coletivo a ponto de perturbar a horizontalidade do grupo. Como a Casa Mafalda já vivenciou uma situação com esses elementos, hoje há uma atenção especial para que as tarefas sejam cuidadosamente divididas, principalmente no que diz respeito a práticas socialmente assinaladas a um gênero ou outro.

Outra reflexão trazida pelos estudos diz respeito à importância da pluralidade política e de pontos de vista para a construção de novas práticas que visem à criação de poder popular e a transformação social. Textos como o de David Graeber, “Algumas ideias sobre rumos de pensamentos e organização”, e de Wilson Neto, sobre o EZLN, sugerem como a partir do conhecimento de outras culturas e vivências é possível não apenas reconhecer práticas já valorizadas pelos movimentos populares (como a tomada de decisão por consenso, recorrente em povos que tiveram pouco contato com a cultura do Ocidente), mas também perceber contradições quando se reproduz uma determinada opressão mesmo que de forma inconsciente (como apontam os membros do EZLN norteados pela literatura acadêmica, que reconheceram na diversidade das comunidades indígenas uma visão de mundo diferente, mas não menos revolucionária). Tal reflexão contribui para o debate de como a diversidade pode ser incorporada efetivamente às organizações ditas populares que têm a perspectiva de reconhecer nas diferenças um potencial transformador.

Cada participante do gripo provavelmente teve uma reflexão diferente sobre os estudos. É pouco provável que todos elenquem percepções iguais às aqui colocadas, pois cada história pessoal ajuda a determinar como se vê o mundo, com olhares diferentes. Ainda assim, acreditamos que membros de coletivos em contínua formação, como a Casa Mafalda, em algum momento e algum grau se deparam com dificuldades e contradições impostas por circunstâncias que são comuns a qualquer organização – como hierarquias espontâneas e a contradição de se manter financeiramente um espaço anticapitalista. Nossa intenção com este texto não é dizer como cada coletivo deve se comportar ou se preparar para lidar com tais circunstâncias, mas apenas relatar de forma breve como percebemos que nossos estudos dialogam com nossa prática enquanto coletivo gestor de um espaço autônomo. O estudo de organizações ou movimentos que tenham o mesmo caráter – no caso da Casa Mafalda, espaços autônomos e autogeridos – pode colocar na perspectiva de nosso grupo de estudos leituras que talvez contribuam com questões específicas à natureza de nossa organização.

Para ver os textos estudados no ano de 2013, acesse o link: http://goo.gl/gcGAje

O grupo de estudos sobre organizações populares autônomas continua em 2014, quinzenalmente, às segundas-feiras. Para maiores informações e a agenda completa de atividades, acesse nosso site  ou entre em contato conosco.

Sem Estado, Sem Mercado! É possível a resistência cultural dentro das instituições?

Por Suna

Se pararmos pra prestar atenção no Brasil dos dias atuais, torna-se cada vez mais visível o acirramento de uma luta política e ideológica dentro do campo cultural. O recorte feito aqui é atual, no entanto é importante ressaltar que essa disputa em questão não se trata de uma realidade exclusiva de um determinado momento histórico específico, não sendo raro encontrarmos em diversas sociedades a disputa de poder dentro deste espaço; trata-se de um terreno fértil em que a manipulação das movimentações culturais converte-se em uma ferramenta política bastante eficaz.

Em um país onde gritam os contrastes, com a sociedade da informação cada vez mais desenvolvida, essa luta no campo cultural se torna ainda mais estratégica dentro do contexto político. Em nosso contexto, as forças ideológicas hegemônicas (controladas por uma elite) trabalham sempre com o intuito de se apropriar dessa esfera, a qual podemos reconhecer como um dos mais importantes canais de disseminação de interesses, sobretudo através da manipulação do imaginário coletivo. Existem diversas formas que contribuem para a concretização desse objetivo. Dentre elas, podemos pontuar algumas que costumam ser as mais efetivas.

A primeira delas, dentro de um âmbito mais “oficial” e tradicional, trata-se da supervalorização dos chamados “cânones” artísticos, que validados pela educação institucional (universidades, escolas, vestibulares, programas políticos pedagógicos, etc.) qualificam através de debates em comunidades acadêmicas restritas os objetos artísticos em gradações do que é o “bom” (aceitável e necessário para a formação) e o que é o “ruim” (descartável e até prejudicial), atribuindo critérios de valores arbitrários através dos quais classifica-se o nível de importância dos objetos e indivíduos, legitimando apenas determinados “escolhidos”. Os códigos utilizados para essa qualificação normalmente não são acessíveis a todos; a grande maioria é excluída desse processo de conhecimento através de diversas situações, criando-se assim elites intelectuais conhecedoras do que é classificado como importante ou não para a “formação humana”.

Outra forma estratégica encontra-se dentro de uma realidade mais atual e específica, a partir do momento em que o Estado começa a criar políticas de financiamento cultural, iniciando uma abertura sistemática de diversos editais que, em boa parte das vezes, contribuem para a normatização de indivíduos; cada vez mais esses indivíduos se prendem aos moldes dos pré-requisitos elencados por esses documentos, editados dentro dos interesses de quem os idealiza. Hoje, o Minc contribui como nunca para o aumento da burocratização da criação artística; através disso nascem verdadeiras máquinas de ganhar editais, que muitas vezes estreitam laços com partidos políticos ou algum tipo de grupo que possa trazer benefícios e ajuda para a concretização mútua de interesses.

Nessa disputa, há ainda outra força, normalmente conhecida por indústria cultural, que atua no sentido da massificação; quem escapa da mencionada domesticação institucional (um grande número de “excluídos”, tendo em vista que o acesso ao ensino superior é ainda bastante pequeno e o sucateamento da educação de base chega a ser assutador), é bombardeado por um bem estruturado aparato midiático que vende, por exemplo, a necessidade da leitura dos best-sellers do momento, a urgência em ir ao cinema para assistir os filmes mais badalados, o conhecimento das músicas emplacadas pelos jabás das rádios, subjugando dessa maneira o contato com as artes a uma lógica puramente de consumo e/ou status social.

Dentro dessas formas de enquadramento, músicos, cineastas, escritores, intelectuais – agentes criadores como um todo – passam a submeter suas criações a uma lógica profissional e/ou mercantil, que, em grande parte das vezes, direciona as produções ao encontro dos interesses dos “patrões” financiadores, dependendo da classe à qual ambos se inserem. Essas mencionadas formas de apropriação da esfera cultural não necessariamente competem entre si; elas se entrecruzam em determinadas situações a partir do momento que movimentos culturais desenvolvidos pela base passam a se transformar em nichos de mercado controlados por um centro (controlado ou subjugado, por sua vez, ao poder das classes dominantes). A falta de autonomia nas criações privilegia exclusivamente as demandas do capital, e dos detentores do poder.

Às margens desse quadro, de forma menos normatizada, encontramos uma força que age (consciente ou não) como forma de resistência e subversão: a cultura independente, das ruas e dos movimentos sociais. Trata-se de uma das forças que tenta escapar do poder hegemônico, que por sua vez trabalha para cooptá-la de todas as maneiras possíveis.

Esse movimento marginal de cultura independente sobrevive e resiste em muitos lugares às inúmeras investidas do capital e do Estado. Saraus da periferia são escondidos e muitas vezes até alvos de repressão policial; autores marginais e periféricos são classificados pelas “academias” como subliteratura; culturas como o punk e o hip-hop, quando não criminalizados e reprimidos, sofrem investidas sedutoras do mercado a fim de diluí-los e finalmente diminuir e desmobilizar suas forças.

Dito isso, fica algumas questões: É possível manter a resistência cultural dentro da lógica de mercado, institucional ou de financiamento estatal? A liberdade criativa consegue conviver com a lógica patrão/empregado, financiador/financiado, etc, sem ser contaminada por interesses externos à expressão estética?

São algumas perguntas bastante difíceis de responder dada a complexidade dessas relações, porém é visível a urgência em debater o assunto, apesar da enorme inclinação pessoal em defender a autonomia e acreditar que não precisamos de patrões, sobretudo para direcionar nossas formas de expressão.

A questão de gênero e a esquerda: a experiência da Casa Mafalda

Este texto foi escrito pelas mulheres que participam do coletivo gestor da Casa Mafalda.

Comumente, a questão de gênero é silenciada ou até mesmo negada pelas organizações de esquerda. A justificativa encontrada para isso muitas vezes é: somos de esquerda, portanto não somos machistas.

Só que não. Ser de esquerda não te exime por completo de todas as referências que te foram impregnadas desde o seu nascimento. A partir do momento em que se diz: é meninao se coloca sobre este indivíduo, que ainda nem chegou ao mundo tudo que se espera delae. Só depois de muitas vivências reproduzindo essa lógica na qual se insere antes mesmo do nascimento é que se torna de esquerda ou de direita ou não se torna nada mais do que aquele ser meramente reprodutor do mundo-como-ele-é (ou seja, de direita sem saber, já que nunca se pensou que poderia ser diferente).

Portanto, ser de esquerda é uma posição política, assim como ser feminista. Não se livra de tantos anos de entendimento do mundo sobre o capitalismo e o patriarcado assim, de uma hora para outra, assim como não se muda posturas que te tornam machistas também de uma hora para outra.

Não é uma condição natural dos indivíduos de esquerda ser feminista, assim como não é condição natural da mulher também. Do mesmo jeito como não se nasce mulher, torna-se, como já diria Simone de Beauvoir, também não se nasce feminista, torna-se. Da mesma forma como não se nasce de esquerda. E se é assim, com nós mulheres, porque seria diferente com os homens?

Talvez eles acreditem nesta falácia que relaciona diretamente ser de esquerda com o feminismo, pois eles normalmente diante do seu privilégio, não conseguem enxergar todas as implicações do machismo em suas práticas pessoais e políticas. Nesse sentido, não agredir sua companheira já seria para eles sinônimo de não-machismo. Mas não podemos nos limitar a isso. O machismo dá-se por inúmeras vias e mesmo num relacionamento que se pretende libertário é preciso estar sempre alerta para tais práticas, tais tratamentos, que a opressão acontece de inúmeras formas, que agressão não é só física, que ela pode ser psicológica também, etc.

Por isso, construir espaços de convivência que tentem romper com essa lógica patriarcal, na qual a sociedade está estruturada é muito difícil! Exemplo disso é o processo pelo qual a Casa Mafalda vem passando desde 2012. Processo que se iniciou com uma questão de gênero e que vem se desdobrando em inúmeras ações e discussões sobre o tema.

Acontece que este processo começou a se desenrolar de maneira bastante atabalhoada. Atabalhoada porque o episódio que lhe serviu de estopim, por mais polêmico que possa ter sido, teve inegáveis elementos de opressão de gênero, que se deu toda num âmbito virtual e que teve desdobramentos extremamente desastrosos.

Mas, foi ali, depois daquele episódio, que o assunto começou a ser enxergado com mais seriedade. Por incrível que pareça. É claro que o assunto dividiu opiniões, é claro que algumas pessoas defendiam os caras, ninguém defendia as meninas, que quase nenhuma mulher foi ouvida naquela ocasião – só depois que a “merda” estava feita fomos chamadas pra conversar. E o mais incrível, num primeiro momento é que fomos chamadas pra conversar para nos posicionarmos do lado dos caras. Mas como, se o caso foi de uma agressão de gênero?

O fato é que sim, claramente foi uma questão séria de gênero, mas que poderia ter sido resolvida de outra forma. Tentamos diálogo com os dois lados da questão e não conseguimos. Fomos tidas como submissas, como machistas, como traidoras até.

Mas foi ali que tudo começou para nós, mulheres. Pois antes era difícil nos posicionarmos como parte integrante do grupo. Antes éramos loucas. Antes não éramos bem vistas jogando futebol com eles. Antes éramos “apenas” suas namoradas. Hoje somos nós. Poucas, mas com voz.

Mas por que nós, mulheres, tivemos a opção  de permanecer no coletivo, tencionando a questão de gênero? Porque as mulheres que ficaram na Casa, o fizeram principalmente por acreditar que um mundo com relações livres de opressão deve ser composto por homens e mulheres. E que os homens precisam entender onde está o erro. Porque determinadas atitudes oprimem. Claro que não queremos “salvar” ninguém, mas caminhar juntas na mesma direção.

Hoje, estamos nesse processo. Longo, mas no qual existe uma abertura imensa dos companheiros de nos ouvir, de nos entender, de nos apoiar, de caminhar junto. Recentemente tivemos um novo caso de agressão e a postura foi totalmente outra. Tiramos o cara da Casa para não constranger a companheira. Tentamos dialogar para problematizar o ocorrido, mas o cara em questão não entendeu sua ação como uma agressão, diante disso pedimos para que ele não voltasse mais nem participasse das atividades da Casa.

Isso não significa nem de longe que as questões de gênero foram sanadas e que o coletivo se encontre às mil maravilhas com as mulheres. Muito pelo contrário.

No entanto, muitas discussões estão em andamento algumas levadas a sério, outras não (ou não por todos). E desde aquele episódio fatídico, muitas mulheres saíram da gestão da Casa por desgaste, por não aguentar a discussão, por outras questões pessoais.

Hoje temos um grupo de formação sobre gênero. Levantado como necessidade pelos caras que querem entender mais sobre a questão. E é bonito ver nossos esforços repercutirem na nossa rotina. Nos sentimos orgulhosas da rede de apoio e solidariedade que viemos construindo.

Nos deixa feliz olhar essa nossa caminhada. E nos faz lembrar da importância das microrrevoluções e ação direta, para que enfim consigamos construir um espaço – ou um mundo, porque não? – livre de opressões de todos os tipos.

Mas sigamos em frente porque o caminho é longo…

Ataque fascista à Casa Mafalda – NÃO PASSARÃO!

(In english/en español: http://casamafalda.org/?p=1684&preview=true)

Na virada do dia 31 de março para o dia 1 de abril, infeliz aniversário de 50 anos do golpe empresarial-militar de 1964 no Brasil, fascistas atacaram com pixações o portão e a fachada da Casa Mafalda.

“Viva militares 64” e um stencil dizendo “Intervenção miltar já!” é o que se pode ler nas imagens. Veja-as abaixo.

Chama a atenção o patético e covarde modus operandi dos fascistas. Se utilizam da madrugada, assim como fazem para atacar pessoas, para relembrar um dos piores episódios da história do país. Não bastasse a tentativa fracassada de reeditar a Marcha da Família Fascista, fazem uso do stencil, historicamente uma ferramenta de propaganda de punks e ativistas de esquerda, pra tentar divulgar suas mensagens de ódio.

Não será por conta de tinta e spray que nos intimidarão. Continuaremos nossas atividades libertárias como sempre. E pra demonstrar que ataques fascistas nunca passarão desapercebidos em nosso bairro, imediatamente cobrimos as pixações:

Mas não iremos nos limitar a uma guerra de pixações. Queremos mais do que isso. Se o ataque é grande, nossa resposta precisa ser maior.

Então, pra mostrar que nós antifascistas somos muitos e que juntos somos mais fortes, convocamos a todos os grupos e pessoas parceiras que tenham entre seus princípios o antifascismo para um muralismo no portão e fachada da Casa este sábado, 05/04, a partir das 14h.

Link para o evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1465768323640174/

Traga seu spray, seu pincel e sua tinta pra deixar impresso nas mesmas paredes e portas a nossa resistência através de mensagens que afirmem a liberdade e a diversidade, transformando a frente da Casa Mafalda em um painel para quem circula pelo bairro.

Porque não só temos que manter viva e presente a cada dia a memória da história criminosa do Estado brasileiro, que alguns poucos imbecis tentam reviver 50 anos depois, mas também saber que quando atacam a um, atacam a todos. E a nossa resposta tem que ser sempre maior.

Fascistas, aqui não! Não passarão! MILITARES NUNCA MAIS!

Coletivo gestor da Casa Mafalda
02 de abril de 2014

 

 

 

 

 

Breve história da gestão da Casa Mafalda: desdobramentos da divisão de trabalho em uma organização sem estrutura

Reconhecemos quatro momentos na história da Casa Mafalda, caracterizados pelas mudanças de objetivos, demandas e interesses que permearam as relações ao longo desses dois anos entre o time Autônomos & Autônomas FC e o grupo de pessoas que se responsabilizaram pela gestão da Casa. Segue um relato sobre esses quatro momentos, finalizando com uma análise crítica pontuando algumas sugestões e encaminhamentos que talvez interessem a outras organizações, pensando em contribuir para o debate sobre como garantir a integridade de um coletivo autônomo que se pretende horizontal.

Primeiro momento: a divisão do trabalho

A Casa nasceu com a identidade de uma sede de um time de futebol amador, cujos jogadores dividiam entre si tarefas pontuais e claras, como dar conta das festas para arrecadar o valor referente ao aluguel e às dívidas adquiridas na compra do ponto. O ponto comercial adquirido era – antes de ser passado ao time – uma balada, uma casa para festas e shows que, mesmo após essa mudança, não perdeu o seu caráter, mas sim passou a ser também sede do Auto. Claro que houve ajustes na organização das festas, a fim de adequar a cultura herdada com a aquisição do ponto a alguns princípios do time, como o de autogestão e horizontalidade. Obviamente algumas pessoas se envolviam mais que outras por conta da disponibilidade de tempo e, de forma quase imperceptível, por interesses diferentes. As demandas eram pontuais e os objetivos forçadamente traçados – pagar dívidas – eram atingidos com esforço. No entanto, o local não era uma mera sede de um time de futebol. Na Casa ocorriam também eventos de formação e divulgação política e cultural, que refletiam o interesse de alguns membros do time. Dessa maneira, com o passar do tempo esse tipo de atividade passou a ter menor atenção do que outras que visavam o pagamento das dívidas.

Depois de meses, um grupo de pessoas passou a se reconhecer como gestão da Casa, dada a repetida ausência (a princípio justificada) de grande parte do time nos fóruns de decisão e encaminhamentos. Nesse instante, instituiu-se uma divisão clara de tarefas: pessoas que cuidariam dos aspectos burocráticos da Casa se distinguiam dos colaboradores. Aos poucos se incorporaram à gestão pessoas que não faziam parte do time, que se interessavam pela proposta política da Casa. Apesar de a gestão ser aberta, eram sempre as mesmas pessoas a participar de suas reuniões. A constituição desse grupo gestor era legítima: afinal, organizar um espaço autônomo depende de reconhecer problemas que não se resolveriam por si só. O time e a gestão repetiam como num mantra que, uma vez quitadas as dívidas, os dias seriam melhores e se poderia voltar a fazer as atividades idealizadas no início, já que as demandas que nos eram impostas pelo contexto – pagar dívidas – não se sobreporiam mais aos objetivos do time e da gestão.

Segundo momento: da lama ao caos

Quando descobriu-se que o piso da Casa era tão firme quanto um mangue, obrigando o abandono do espaço, houve a necessidade da busca de outro lugar, e o contexto em que se dava a construção da Casa mudou bruscamente, embora a demanda permanecesse a mesma. Adquiriam-se novas dívidas para entregar a Casa antiga à imobiliária e mudava-se para uma Casa muito mais adequada para uma família do que para uma balada, uma vez que a vizinhança e o hospital em frente impossibilitavam eventos com som intenso varando a madrugada. Concluiu-se não ser mais possível levar a Casa no mesmo ritmo: seriam realizados menos shows e festas – o que para alguns era positivo, pois haveria mais espaço para os eventos de formação e divulgação político-cultural. Nesse ponto, pôde-se reconhecer uma redução no número de pessoas comprometidas com a manutenção da Casa. O primeiro indício veio com a mudança e a entrega da Casa antiga, realizadas estritamente por algumas das pessoas que se reconheciam enquanto gestão; a expectativa (não correspondida) era de que duas tarefas tão grandes fossem bancadas por um número maior de pessoas – afinal, se o espaço era sede de um time de futebol, seus jogadores deveriam demonstrar que eram responsáveis por ele. O segundo indício veio provavelmente com a mudança do caráter dos eventos. Aconteciam menos festas ao mesmo tempo em que menos pessoas se responsabilizavam por dar suporte a elas. A discussão sobre objetivos da Casa passou a se tornar frequente, embora esses objetivos nunca tivessem sido claramente traçados nem pelo time nem pela gestão em seu passado. As demandas – pagar dívidas – eram praticamente as mesmas, mas o contexto mudara radicalmente: a gestão, constituída legitimamente enquanto grupo responsável por tocar a Casa e que, embora aberta, nunca teve participação rotativa de todos os envolvidos com time e Casa Mafalda, ao longo do tempo teve que lidar com situações diferentes, desenvolvendo práticas distintas e gerando novas demandas, que obviamente não refletiam mais a totalidade das aspirações do time. Todos esses elementos só fizeram crescer a identidade do grupo instituído como gestão e consolidá-lo como corpo autônomo dentro de uma estrutura dita horizontal. Aquela Casa, que em seu passado expressava práticas muito mais afins com uma sede de um time de futebol, passou a ser cada vez mais ocupada pela gestão que, talvez por se apegar mais ao espaço após a primeira fase, se apropriava mais de suas potencialidades, passando a desenvolver atividades que obviamente correspondiam mais aos seus interesses do que aos do time. Como consequência, a sede do Auto perdeu terreno para um espaço autônomo de formação e divulgação político-cultural, embora as duas propostas coexistissem e fossem praticadas sem qualquer conflito aparente.

Terceiro momento: quando Eco e Narciso se encontram (?)

Uma série de debates internos reforçavam cada vez mais as diferenças dos objetivos das pessoas que participavam da gestão com os do time, e o não reconhecimento de um grupo no outro. Neste ponto, é preciso ser justo: havia pessoas que se esforçavam por dar elo aos grupos, buscando criar situações de convívio e ajuda mútua. Outras pessoas sentiam que o sentido daquele desenrolar não era bom e por isso se engajaram para transformar em objetivo de curto prazo por fim as diferenças entre gestão e time. No entanto, embora alguns reconhecessem essa necessidade, eram realmente poucos os que de fato praticavam ações a fim de estreitar os laços e seria irreal dizer que a maioria das pessoas da Casa aderiram a esse objetivo.

Numa tentativa de reconciliação e definição de objetivos comuns aos dois grupos, os comprometidos com o “deixa disso” propuseram um evento de integração, uma reunião em que compareceram mais de trinta pessoas do time, da gestão e, portanto, da Casa. Um suspiro de esperança nascia e o diálogo parecia ter-se instaurado novamente sem nenhum entrave. Teve-se a impressão de que seria possível buscar um denominador comum e reestreitar os laços entre todas e todos, deixar as diferenças de lado e voltar a uma prática que sintetizasse os interesses da gestão e do time, portanto da Casa. As perspectivas que já eram boas iam ficando cada vez melhores: as dívidas com banco e imobiliária tinham acabado (embora a dívida com pessoas ligadas à gestão e ao time permanecesse). A trégua não vinha apenas das demandas da política interna, mas também das demandas financeiras.

Nessa mesma época, dois jogadores foram acusados de agressão machista por uma mulher que se incorporara ao time no decorrer de 2012. Uma carta foi escrita por ela denunciando a agressão e equivocadamente respondida pelo time e Casa. O conflito teve um desenrolar que merece ser detalhado em outra oportunidade. O que importa é que uma nova desavença política e ideológica se instituía e novas diferenças se reconheciam. Na pluralidade de opiniões que surgiram, é difícil traçar uma divisória entre grupos; grosso modo, alguns indivíduos minimizavam o fato e a acusação de agressão, ao mesmo tempo em que esvaziavam qualquer debate; outros se recusavam a minimizar o ocorrido e se propunha a refletir além do que já tinha sido discutido. Apesar de ser forçado concentrar em dois campos todas as impressões e posições quanto ao caso, o fato é que as diferenças de opinião acabaram segregando ainda mais os dois grupos que já estavam formados, no caso time e gestão. Os debates desgastaram as relações, os canais de diálogo foram se tornando cada vez mais etéreos. Estigmas em série passaram a ser produzidos e acusações mútuas foram trocadas entre pessoas que se reconheciam pertencentes a cada um dos grupos. O debate intenso parecia tê-los transformado em dois corpos irreconciliáveis, matéria e antimatéria. Como consequência desse episódio, um montante expressivo de pessoas se afastou do time e da gestão. Algumas possibilidades: os mais distantes da realidade da Casa não tinham o menor interesse em conhecer de perto o que estava se passando entre os coletivos envolvidos, bastava ouvir falar do caso para cortar laços. Os mais próximos se desgastaram com a intensidade do debate a ponto de não reconhecerem mais o potencial da Casa em atingir qualquer objetivo que tenha sido traçado até então.

A divergência ideológica em torno da questão de machismo marcou ainda mais as diferenças entre gestão e time. Mais do que nunca a identidade daquele grupo gestor estava demarcada. O que parecia ser o encontro entre Eco e Narciso tornou-se a consolidação do desencontro ideológico naquele espaço.

Quarto momento: da prestação de serviços

Ao final desse processo, quando veio a calmaria, percebeu-se que, mesmo com dívidas reduzidas a aluguel e conta de água, shows e festas (cultura herdada da sede antiga) não estavam sendo suficientes para quitá-las. Com urgência buscou-se uma solução para a Casa não acabar. Uma nova reunião foi convocada, a gestão levou o problema e algumas ideias, mas aparentemente a responsabilidade de resolvê-lo era mais uma tarefa para alguns. Foi posta em prática uma das ideias levantadas: um sistema de financiamento por “sócios” que se comprometeriam com uma ajuda mensal para se pagar o aluguel. Funcionou, e parte do time contribuía financeiramente com a existência da Casa assim como já vinha contribuindo há tempos, principalmente quando as contas não fechavam e precisava-se de doações para pagar as contas. A contribuição financeira foi formalizada.

Quando os tão esperados dias melhores chegaram e as contas pareciam ser pagas em um passe de mágica, sem a necessidade de realização de eventos em todos os finais de semana buscando desesperadamente pagar o aluguel, a gestão se reduziu a quatro pessoas. O desgaste decorrente dos conflitos ideológicos mostrava seus efeitos. Agora a Casa era gerida por duas pessoas que jogavam no time e outras duas que não jogavam. Com o passar do tempo, novas pessoas se agregaram e algumas antigas retornaram. Desde então, com uma perspectiva muito diferente da primeira fase, a Casa passou a ser gerida principalmente por pessoas que não jogam no time e que têm interesse em utilizar a Casa como canal de formação e divulgação político-cultural. Apesar de o convívio no espaço (gerido por esse grupo) com o time (que se absteve de tomar decisões ao longo de todo o tempo e instituiu essa tarefa como responsabilidade de um grupo rígido de pessoas) estar sendo cordial, havia um nítido afastamento, por parte do time, das responsabilidades burocráticas e da proposta político-cultural intencionada por membros da gestão, que teve que se apropriar do espaço a fim de mantê-lo a partir das demandas impostas e fazê-lo producente, a ponto de ter que delinear seus objetivos para organizá-lo efetivamente. Esse contexto foi obviamente construído de forma espontânea e não intencional ao longo da história da Casa, e foi resultado das práticas e dos discursos de todas as pessoas envolvidas nas disputas políticas e ideológicas ao longo dessa história, reconhecendo-as ou não. Os canais de diálogo acabaram sendo basicamente informais entre os dois grupos, a ponto de hoje a Casa Mafalda e Auto terem se dividido, em comum acordo, em dois coletivos que não compartilham mais nenhuma responsabilidade.

A análise dos fatos ocorridos ao longo desses dois anos de Casa Mafalda aponta o efeito da divisão de tarefas no coletivo: a produção de uma identidade de um grupo que se reconhece como diferente do restante do coletivo, estruturada pela afinidade de seus membros e consolidada por tal divisão. Tal separação foi justificada e reconhecida ao longo de todo o processo pela absoluta maioria dos envolvidos, embora os efeitos da institucionalização do grupo gestor tenha sido recorrentemente menosprezado por todas e todos. Acreditamos que isso não teria acontecido se no lugar da divisão de tarefas fosse combinada uma rotação das tarefas. Claro que é difícil para alguns conciliar a vida privada com reuniões periódicas, assim como garantir que a troca de informações seja circulada de modo a garantir que todos e todas estejam a par de todos os encaminhamentos. Ainda assim, acreditamos que coletivos que se pretendem horizontais devem garantir a existência de mecanismos que impeçam a institucionalização espontânea de grupos de afinidade a fim de coibir rachas, tão comuns entre coletivos.

Documentário dos alunos da Universidade Municipal de São Caetano do Sul sobre a Casa Mafalda

 

Um pequeno documentário realizado por alunos do curso de Comunicação da Universidade Municipal de São Caetano do Sul para o Projeto Integrado do 2º Semestre de 2013, para o módulo de Arte, Mídia e Cultura. O vídeo descreve como funciona o espaço cultural autogerido Casa Mafalda, que fica no bairro da Lapa em São Paulo e oferece diversas atividades culturais a quem possa interessar.